Reunião Pibid 02/12/2020

No dia dois de dezembro de 2020, acontece a reunião do Pibid. A Prof. Dra. Andréa e o Prof. Dr. Luiz expõem a perspectiva dos letramentos e a conexão que esta deve ter com diversos saberes ao estudarmos a leitura e escrita nas circunstâncias do ambiente escolar. À vista disso, é importante que o docente da educação básica tenha consciência da concepção de língua a qual adota e a articule com as diversas modalidades do ensino-aprendizagem da língua portuguesa, uma vez que a sua escolha interfere significativamente no processo de compreensão do conteúdo por parte do aluno.

De fato, a língua é heterogênea. Ela comporta, dentro de si, variações linguísticas – relacionadas a diversos fatores de região, idade, época etc –, as quais podem ser privilegiadas ou estigmatizadas socialmente. Porém, infelizmente, esta realidade muitas vezes é dispensada pelo educador, trazendo para os alunos uma visão distorcida do que seja a língua. Com isso, é necessário apresentar aos discentes a diferença da fala para a escrita e os aspectos gramaticais pelos quais as duas formas da língua portuguesa distinguem-se ou assemelham-se. Em resultado, quando o fato da heterogeneidade da língua e os preconceitos linguísticos existentes sobre as variantes do português são esclarecidos, o ensino é enriquecido e contribui para que os jovens respeitem as diferenças linguísticas, culturais e pessoais uns dos outros.

A fim de afirmar a importância da necessidade mencionada acima, paralelamente está o que a Bncc contempla em seu currículo. Partindo de uma perspectiva enunciativo-discursiva de linguagem, a qual compreende a língua em práticas de discurso nas interações sociais, ela relaciona as múltiplas aplicações da linguagem (distribuídas em eixos de oralidade, leitura, escrita, análise linguística, etc) à compreensão e à análise das variantes do português em exercício; levando em consideração suas condições de produção, o respeito às diversidades e a adequação do conteúdo ao gênero e suporte utilizado:

“Cabem também reflexões sobre os fenômenos da mudança linguística e da variação linguística, inerentes a qualquer sistema linguístico, e que podem ser observados em quaisquer níveis de análise. Em especial, as variedades linguísticas devem ser objeto de reflexão e o valor social atribuído às variedades de prestígio e às variedades estigmatizadas, que está relacionado a preconceitos sociais, deve ser tematizado. Esses conhecimentos linguísticos operam em todos os campos/esferas de atuação.” (BNCC, 2018, p.81)

 Ademais, é essencial o ensino de norma-padrão. Segundo o pesquisador: “...o objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou, talvez mais exatamente, o de criar condições para que ele seja aprendido.” (POSSENTI, 1996, p.13)

É valioso que a escola proporcione um local conveniente para o aluno se apropriar da funcionalidade da gramática/norma-padrão e utilizá-la quando as circunstâncias solicitarem. Dessa maneira, a reflexão das práticas de linguagem contextualizadas, isto é, em situações de uso, concede ao aluno a compreensão das especificidades gramaticais e orais da norma-padrão, ampliando o seu próprio uso da língua os multiletramentos auxiliam bastante neste processo. Recorda-se, aqui, que os estudantes já estão inseridos em práticas de linguagem cotidianamente, cabe, assim, à escola estender essas práticas de linguagem por meio de atividades e projetos construtivos, os quais requerem estar unidos à leitura e escrita. Conforme Possenti (1996, p. 16) “Ler e escrever não são tarefas extras que possam ser sugeridas aos alunos como lição de casa e atitude de vida, mas atividades essenciais ao ensino da língua. Portanto, seu lugar privilegiado, embora não exclusivo, é a própria sala de aula.”

Adquirindo e construindo conhecimento, os diálogos entre coordenadores, supervisores e pibidianos estão colaborando com reflexões pertinentes para possibilitar a leitura e escrita em contexto educacional. O caminho exige esforço, mas, unidos, podemos cooperar com uma educação brasileira melhor e estimular com pequenos e grandes passos a inserção de estudantes neste universo encantador da leitura e escrita.

REFERÊNCIAS 

POSSENTI, Sírio. ​Por que (não) ensinar gramática na escola​. Campinas: Mercado de Letras, 1996, p 13-16. 

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018, p.81.



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