A Educação está realmente transformando vidas? - Reunião Geral 14/07/21
Começo fazendo o seguinte questionamento que surge durante nossa reunião de hoje: a Educação está realmente transformando vidas?
Sem dúvida, o ensino pode ser a porta de entrada para que o homem efetivamente tenha a oportunidade de mudar a sua história, mediante o acesso a conhecimentos da sociedade, bem como a saberes próprios do universo acadêmico. Porém, por diversas vezes, essa porta é fechada para muitos e acessível a um número pequeno de indivíduos, gerando e perpetuando a desigualdade escolar.
Neste atual contexto da pandemia do coronavírus, a fim de dar continuidade à formação educacional, os estudos estão ocorrendo na modalidade remota - em alguns casos, até mesmo na modalidade híbrida -, o que traz pontos positivos e negativos ao mesmo tempo. Por um lado, o ambiente digital possibilita que a troca de conhecimentos possa acontecer, ainda que de forma não presencial, dando prosseguimento aos estudos de nível básico e superior. Por outro lado, o ensino remoto não é acessível a todos os alunos, principalmente àqueles considerados de classe baixa, excluindo e reproduzindo, desse modo, a desigualdade social e escolar.
Assim, no caso da Escola Municipal Doutor Pompeu Sarmento, enfrentamos semanalmente muitas dificuldades para desempenhar atividades não presenciais que possam, de alguma maneira, compartilhar ideias/saberes que alcancem a realidade dos alunos e que, consequentemente, sejam adquiridos por eles. Nosso objetivo maior é que os discentes possam ser protagonistas no desenvolvimento educacional, para que venham a ser protagonistas na atuação em sociedade, assim como Moura e Gribl (p.234) afirmam que "devemos compreender os jovens, antes de tudo, como sujeitos e agentes sociais protagonistas na construção de práticas e conhecimentos significativos."
Ainda que trabalhemos por uma melhoria na educação, temos consciência de que faltam muitos passos para dar até que atinjamos uma educação brasileira de qualidade. Digo isso em razão da falta de assistência às comunidades sociais, familiares e escolares - as quais devem, juntas, cooperar com a educação -, tal como da ausência de investimento nas infraestrutura de nossas escolas, não esquecendo, também, da escassez de credulidade da maior parte da população no que diz respeito à importância do processo de ensino-aprendizagem.
Retomo a interrogação do início deste diário reflexivo: a Educação está realmente transformando vidas? Adiciono, ainda, outras questões pertinentes a serem feitas sempre por todos os profissionais da educação, seja no exercício da docência ou não: Os alunos estão, de fato, aprendendo novos conhecimentos em nossas escolas, especificamente nesta conjuntura pandêmica? Estamos utilizando favoravelmente os recursos tecnológicos a favor do ensino? Continuaremos a utilizar a tecnologia no espaço da sala de aula quando o momento da pandemia cessar? Talvez não tenhamos agora as respostas para tantas perguntas que envolvem tantas circunstâncias; mas uma coisa é certa: precisamos, imediatamente, repensar a nossa educação.
REFERÊNCIA
MOURA, Eduardo; GRIBL, Heitor. Radioblog: vozes e espaços de atuação cultural. In: ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. Multiletramentos na Escola. São Paulo, SP: Parábola Editorial, 2012. p. 233- 250.
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